domingo, 13 de novembro de 2011

A realidade dos “seguros de vida”

A malandragem que o povo não vê

A realidade dos “seguros de vida”

Não se trata de uma mensagem sem fundamento ou provida de algum interesse político partidário, trata-se apenas da disposição de colaborar com a população, em cima de algo que todo mundo imagina ser uma coisa, quando a realidade é outra.

O que é ter um seguro, seja ele de vida, de saúde, de automóvel ou de um bem qualquer?

É algo que pressupõe uma tranqüilidade à pessoa, que acha que, pelo fato de estar pagando a uma seguradora, certamente terá sua vida, sua saúde ou seu bem assegurado.

Mas... será que é isto mesmo? Será que a pessoa ou os seus beneficiários receberão mesmo as indenizações do seguro contratado?

Infelizmente a coisa não é bem assim. Existe uma estratégica muito sem vergonha que as pessoas não conseguem ver.

Vamos analisar esta questão cuidadosamente.

Primeira malandragem – A questão do seguro de vida

Veja bem como funciona.

Conforme todo mundo sabe, quando alguém faz um seguro de vida, esse alguém não vai ter direito nenhum, nunca. Terá apenas a obrigação de pagar, pagar e pagar até o dia em que morrer. Apenas os seus beneficiários, ou herdeiros, receberão o seguro, depois da sua morte, mas, com um detalhe:

Se conseguir pagar todas as parcelas, sem atrasos, estando rigorosamente em dia, no dia da sua morte.

Primeira pergunta:

Qual o percentual de pessoas que, durante anos, consegue sobreviver sem nenhuma dificuldade financeira, a ponto de conseguir manter-se em dia, rigorosamente em dia, até o dia da sua morte?

Não vou falar em números exatos, vou colocar apenas números para efeito de raciocínio de cada um.

Já se verifica aí que nem 5% das pessoas conseguem isto, o que implica que 95% dos valores pagos por seguros não beneficiam a ninguém, apenas enriquece cada vez mais as seguradoras, que é um dos melhores negócios que existe no mundo.

Mas será que este número colocado aqui não está exagerado demais?

Analisemos.

Vamos supor que você faça um seguro de vida, aos trinta anos de idade, dentro da cultura dos povos mais responsáveis que se preocupam com as suas famílias, em caso da sua falta.

Neste momento as seguradoras, para criarem em você o hábito de ter seguro, o vício de pagar seguro, cobram uma mensalidade bem barata, bem em conta, para que você se empolgue e feche o negócio.

- “O valor é baixo, muito pequeno em relação ao que eu ganho, dá pra pagar tranqüilamente, eu estou recém casado, estou empolgado, e quero dar mais esse status à minha família.”

Aí fecha o seguro, feliz da vida, demonstrando, para os outros, o tal “status” de poder dizer que paga um seguro de vida.

Para justificar isto e não deixar qualquer caracterização do que eu chamo de malandragem, a seguradora alega que o cobrar mais barato ocorre pelo fato do menor índice de mortalidade, com a idade menor.

Isto é fato, não se discute, e a população termina engolindo a argumentação.

Dos trinta aos cinqüenta anos você tem valores bastante interessantes e a mensalidade não chega a patamares de pesar no seu orçamento.

Neste período, durante 20 anos, a seguradora ganha um dinheirão às suas custas, aplica esse dinheiro, reinveste, negocia a vontade e ganha muito mais com ele.

Aí vêm os aumentos na mensalidade, na medida em que a sua idade vai aumentando.

O argumento delas também é válido: Na medida em que a idade aumenta, também aumenta o risco de morte.

Onde está a malandragem então? No aumento?

Não é no aumento que seria coerente com esta realidade, é com o exagero dos aumentos, é com o absurdo.

Por que isto ocorre, então?

Porque a estratégia sem vergonha da seguradora é fazer com que você, quando chega à velhice, desista de pagar o seguro, para que ela não tenha mais responsabilidade nenhuma contigo. Afinal de contas, ela já “mamou nas suas tetas” durante vários anos, quer agora que você se dane, já que, para ela, a pessoa idosa é descartável.

Mas... por que você tem que desistir?

Passou a entender que a sua família não merece mais ser assegurada, financeiramente, depois da sua falta?

Passou a ser insensível à essa realidade?

Não. Não é nada disto. É que ficou inviável para você, devido aos valores que esse compromisso passa a ter no seu orçamento mensal.

Enquanto você tinha trinta ou quarenta anos, na flor da idade, com total vigor, a todo vapor, trabalhando e pagando pouco, era uma beleza. Na idade mais madura, certamente na aposentadoria, a coisa complica mais.

Em princípio levemos em consideração os valores que recebem os aposentados no Brasil. Os seus ganhos reduzem drasticamente enquanto os valores com seguro e plano de saúde aumentam assustadoramente.

Além disto, tem as despesas com remédios naturais da fase idosa.

Você vai deixar de comprar remédios e comida, para pagar seguro de vida?

Forçadamente tem que desistir.

É exatamente isto que a seguradora quer. Que você se dane e a sua família se lasque.

Se houvesse honestidade de princípios, os aumentos ocorreriam, sim, porque matematicamente é justificável, mas não em diferenças tão absurdas e desumanas.

Daí eu lhe pergunto:

Quando eu disse que 95% não conseguem chegar até o final do seguro, eu exagerei?


Segunda malandragem – A dificuldade para pagar

Invariavelmente as seguradoras criam dificuldades enormes para pagar os seguros. Elas fazem de tudo para criar alguma dificuldade, mandam que os seus advogados procurem qualquer brecha, qualquer vírgula mal colocada ou colocada de propósito, para encontrarem algum justificativa jurídica para não pagar.

Os beneficiários vivem verdadeiras “via sacras” para conseguirem receber.

Inúmeros são os casos em que seguradoras chamam os beneficiários para negociarem o valor das suas indenizações, em busca de acordos.

Como é que pode haver negociação em algo que já estava negociado, durante anos e anos, com valor de apólice já fixada?

Agora veja o que acontece, neste país de gente besta.

Vamos que o valor do seguro fosse de 500 mil reais.

Aí a família é chamada a “negociar” com a seguradora, sempre através de um advogado, que usa de todos os argumentos para amedrontar a pessoa, fazendo-a entender que é preferível aceitar a sua proposta do que não receber nada.


Aí eles propõem pagar apenas 100 mil reais e IMPÕEM esse valor.

O que o brasileiro idiota faz?

- “Já reuni a família que chegou a conclusão de que é melhor receber esses 100 mil reais do que não receber nada. Não adianta mesmo brigar com seguradoras e com bancos, porque a gente nunca ganha. Vou assinar tudo, dizer que nada mais tenho a reclamar e vamos dar um fim nisto”.

É exatamente isto que acontece no Brasil.

Os casos dos desastres da TAM e da GOL

Quando viajamos de avião pagamos um determinado valor, por um seguro.

Está estabelecido ali, diante daquela tarifa paga, um valor que os meus beneficiários receberão, em caso de acidente fatal. Não tem nada o que discutir, não tem nenhuma vírgula a ser questionada, não tem qualquer brecha jurídica a ser levada em consideração.

Em caso de acidente, o seguro teria que ser pago, imediatamente, independente dos familiares das vítimas terem que entrar na justiça, pagando advogados e custas de processos.

Mas não é assim no Brasil.

Inventam todo tipo de argumento, o mais sem vergonha e descarado possível, para não pagar ou para “negociar” com os familiares.

Se o nosso país tivesse uma política decente, honrada, digna e honesta, certamente o governo obrigaria a seguradora a pagar às famílias, imediatamente, sem nenhum questionamento.

- Ah, mas qualquer acidente deve ser questionado, as causas precisarão ser apuradas, as investigações deverão ser feitas e todos têm que esperar pelos laudos.

E o que as famílias têm a ver com isto?

Afinal de contas o seu parente morreu, pagou um seguro e tem direito a indenização.

Que a seguradora vá brigar com a companhia aérea ou seja lá com quem for, menos com os familiares.

Mas enrolam o quanto podem, passam anos e anos de angústias, e os familiares não têm a quem recorrer.

A safadeza da “JU$TI$A” comprometida

Conforme todo mundo sabe, justiça no Brasil só existe para quem tem dinheiro, daí a colocação do termo como JU$TI$A.

Você, como simples cidadão, entra com uma ação e, em princípio, vai ter que esperar por no mínimo um ano para ter a ação julgada.

Primeira questão: Vai encontrar um juiz honesto e descomprometido na primeira instância?

Esta é a primeira preocupação, porque do mesmo jeito que existe médico safado, engenheiro safado, empresário safado e profissional safado em todas as áreas, existe também juiz safado e descarado.

Ainda que o juiz seja honesto, tem o crivo do nível de honestidade dos funcionários do cartório, principalmente o seu diretor, que pode ou não andamento ou engavetar o processo, sob a argumentação de que a justiça está abarrotada de processos, deixando você sem argumentos.

Bancos, seguradoras, companhias telefônicas, operadoras de cartões de crédito possuem contratos com poderosos escritórios de advocacia, com seus diversos advogados presentes nos cartórios todos os dias, o que cria uma certa intimidade com o diretor e funcionários do cartório.

Com o seu jeitinho malandro ou com uma granazinha por fora, se necessário for, o advogado consegue o que quer, dentro do cartório.

Diante disto, a probabilidade de ganhar uma ação, contra um “poderoso”, em primeira instância é remota, no Brasil. Mesmo assim depois de anos de luta.

Segunda instância judicial – Caso você ganhe

Com certeza eles vão recorrer, não tenha a menor dúvida.

Os advogados aplicarão toda a sua estratégia junto aos cartórios e aos juízes. A safadeza do “matar no cansaço” funciona.

No recurso raramente o juiz mantém a sentença da primeira instância, quando se trata de ações contra poderosos. Ele parte do princípio que você se conformará com qualquer valor que ele sentenciar, por causa do cansaço. E tudo fica por isto mesmo.

Você vai poder brigar com o juiz? Vai poder entrar em sua sala e dizer umas verdades para ele? Claro que não.

Segunda instância – Caso você perca ou o valor seja baixo.

Para você recorrer da sentença, terá que ter dinheiro para pagar o seu advogado, além das custas do processo.

Você terá esse dinheiro?

Poucas pessoas têm e, por conta disto, a maioria tem que se conformar com aquilo que o poderoso determinou e ficar caladinha.

Mas vamos que ela tenha o dinheiro e entre com o recurso.

Vai ter que esperar anos e anos, porque a malandragem do advogado vai continuar a ser exercida dentro dos cartórios, para engavetar o processo o máximo que pode.

E a honestidade do juiz que julgará o recurso?

Só Deus sabe.

Raro é o juiz que, diante de uma ação de primeira instância a favor de um poderoso, reverte e aplica a condenação no recurso. Isto só acontece quando se trata de um pequeno empresário, mesmo assim dependendo da habilidade do seu advogado.

Resultado: Contar com a justiça é piada, porque Justiça não existe, o que existe é JU$TI$A.

Vamos contar com os “representantes” do povo

Deveríamos contar com aqueles que são considerados nossos representantes, que são os deputados e senadores, não é verdade?

Afinal, fomos nós quem os elegemos.

E quem foi que disse que deputados e senadores fazem alguma coisa, no Brasil, contra seguradoras, bancos, telefônicas, cartões de créditos ou qualquer poderoso? É preciso dizer alguma coisa?

Por que eles não mexem com esses?

Não adianta você acusá-los de corrupção, mesmo flagrando com câmeras, porque estamos no país de “O advogado nega”.

Basta que você olhe o patrimônio dos seus deputados e seus senadores na sua própria região, aí no seu estado. Ali estará a resposta e só não vê quem não quer.

Pense bem, antes de contratar um seguro. Se possível, dê uma consultadazinha na sua inteligência.

Quando eu falo na proposta Dinastia, alguns acham que é simplesmente propaganda, quando na realidade é uma informação sobre algo, no campo do seguro, que não é cruel dessa forma, não é seguro de morte, é de vida e que oferece uma realidade totalmente diferente às pessoas.

Ficam aí, então, os alertas. Todo cuidado é pouco.

Abração


Alamar Régis Carvalho

www.alamarregis.com

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