sábado, 28 de abril de 2012

RESGATE DA HISTÓRIA CONTADA SEM PAIXÕES, POR UM ESTUDANTE DE BRASÍLIA

RESGATE DA HISTÓRIA CONTADA SEM PAIXÕES, POR UM ESTUDANTE DE BRASÍLIA

Palestra do Universitário Felipe Melo. Uma senhora aula. Vale a pena ler.
Caros amigos e amigas,
Muito interessante a palestra deste estudante universitário de Brasília
Faço minhas as palavras do Luiz Mauro que disse:
Parece que novos ventos começam a sobrar em nosso País.
Abraço
1964 e o governo militar Felipe de Oliveira Azevedo Melo
1º de abril de 2012
Caros leitores,

Ontem, participei do evento “1964 e o governo militar”, promovido pelo grupo Imperii. Fui convidado para falar sobre o que sempre nos ensinaram a respeito do movimento cívico-militar de 1964 e dos governos militares subsequentes. Preparei um discurso para ser lido nessa conferência, mas acabei falando de improviso. Em todo caso, publico o texto aqui, na íntegra, acrescido de algumas imagens elucidativas.

Senhoras e senhores, boa noite.

Antes de começar propriamente a minha fala, gostaria de dizer que muito me honrou o convite para falar diante dos senhores nesta noite. Sendo eu ainda jovem e estudante universitário de uma instituição federal de ensino superior, a Universidade de Brasília, tenho de como é inusitada a minha presença neste pequeno evento. Não apenas inusitada, mas importante: ainda que simbólica, minha presença aqui ilustra que, apesar de todos os esforços envidados nas últimas décadas, ainda há aqueles que não se deixaram envenenar pelas mentiras perniciosas ensinadas diuturnamente como verdades incontestáveis.

“A história é escrita pelos vencedores.” Essa frase é reputada como sido urdida por George Orwell, que, além de ter sido um dos maiores escritores do século XX, foi um homem que, com agudeza e talento, descortinou o pesadelo distópico materializado pela União Soviética. O que vemos hoje, senhoras e senhores, é justamente o oposto: aqueles que outrora foram derrotados hoje se valem de sua autoridade oficial para, covardemente, mutilar a história nacional e aviltar a honra daqueles que – parafraseando Churchill –ofereceram labuta, sangue, suor e lágrimas para impedir que o pesadelo orwelliano se concretizasse no Brasil.

O que corre nos meios acadêmicos de hoje a respeito desse período de nossa história é, como sói acontecer nos tempos escarninhos em que vivemos, a versão dos derrotados. São eles, efetivamente, os responsáveis pela construção desse período tão crucial e conturbado da história da nação brasileira. Emílio Garrastazu Médici, um dos maiores presidentes que o País jamais teve, é um nome capaz de provocar arroubos de ódio irracional e primitivo tal qual a figura de Emmanuel Goldstein incitava os chamados “dois minutos de ódio” na obra 1984, de Orwell. Leônidas Pires Gonçalves, Carlos Alberto Brilhante Ustra, Newton Araújo de Oliveira e Cruz, Golbery do Couto e Silva, Sebastião Rodrigues de Moura, todos esses nomes são, hoje, sinônimos de opróbrio, de tortura, de mentira e de morte. Em contrapartida, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Apolônio de Carvalho, Luís Carlos Prestes, Astrojildo Pereira, todos esses homens são saudados como heróis da pátria, guerreiros da liberdade, cavaleiros da esperança – título, inclusive, de uma biografia de Prestes escrita por Jorge Amado. 

No entanto, há alguns outros nomes que são convenientemente esquecidos, nomes que foram legados ao oblívio por, de alguma forma, ameaçarem toda a beleza meticulosamente construída do discurso da esquerda. São nomes de pessoas que provaram na própria pele – e, muitas vezes, às custas da própria vida – o amargo sabor do governo que se tentava, à força, instalar-se no País. Pessoas como o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes, vítimas do vergonhoso atentado promovido pelo grupo Ação Popular no Aeroporto Internacional de Guararapes, em Recife, no dia 25 de julho de 1966; o jovem soldado Mário Kozel Filho, cujo corpo foi destroçado por uma bomba durante o assalto ao Quartel-General do II Exército no dia 26 de junho de 1968, ação essa promovida pela Vanguarda Popular Revolucionária, chefiada por Carlos Lamarca; o lavrador fluminense Edmundo Janot, assassinado brutalmente a tiros, foiçadas e facadas no dia 11 de janeiro de 1969; o primeiro-tenente Alberto Mendes Júnior, que, num ato ímpar de coragem, ofereceu a si mesmo como refém de Lamarca para salvar seus companheiros de corporação, e que, de maneira ultrajante, foi executado a coronhadas de fuzil no dia 10 de maio de 1970. Estas, senhoras e senhores, são algumas das centenas de vítimas que a subversão imolou em suas ações criminosas, ações que, não podemos nos cansar de repetir, visavam à instauração de uma ditadura comunista no Brasil.

Eu já fui um estudante cuja mente estava dominada pela lógica macabra que enxerga num regime socialista um exemplo de verdadeira democracia. Boa parte da minha infância foi passada em reuniões do sindicato dos professores e do Partido dos Trabalhadores. Lembro-me de que, por volta dos dez anos de idade, minha mãe me deu uma cópia do Manifesto Comunista. Ela, professora, filiou-se ao PT após o racha do Partido Comunista Brasileiro, que deu origem ao Partido Popular Socialista. Leonardo Boff, Frei Betto, Paulo Freire, Lula, todos esses nomes eram sagrados em minha casa. Aprendi a verdadeiramente venerá-los. Nas campanhas eleitorais, vestia meu uniforme de militante-mirim – camisa com a foto do Lula, bandeira vermelha e boné do partido – para participar dos comícios, carreatas e afins. No ensino médio, com a ajuda sempre prestimosa e dedicada dos professores de ciências humanas, especialmente História e Geografia, comecei a minha militância política de fato. Lembro-me bem das vezes em que participei de protestos contra o governo “neoliberal” de FHC: fiz barricadas, agitei bandeiras, gritei palavras de ordem e enfrentei a polícia. Era, em suma, um espécime bastante jovem da manada de idiotas úteis que é manejada todos os dias pela esquerda. 

Quando comecei minha graduação em Direito, em 2002, fui convidado por um colega de classe a participar de uma reunião do grupo O Trabalho, uma tendência trotskista do PT. Pouco depois, filiei-me ao partido e ingressei nas profundezas do pensamento comunista. Marx era nosso Messias, tínhamos por apóstolos nomes como Lênin, Trotsky, Gramsci, Lukács, Althusser e toda a Escola de Frankfurt. O processo de lavagem cerebral pelo qual passei faria Pavlov ficar aterrorizado diante de tanta eficiência. Devido a minhas aptidões intelectuais e comunicativas, comecei a me transformar em um dos ideólogos do grupo: pesquisava a fundo a literatura socialista, contrapunha seus postulados com a realidade concreta e, invertendo completamente a ordem natural do pensamento humano, mutilava o mundo em que vivia para que se encaixasse com perfeição nas teorias que havia elegido como axiomas sagrados. Paradoxalmente, foi essa a minha salvação.
Por volta dos 19 anos, comecei a notar que havia alguma coisa muito errada em tudo aquilo. De alguma forma, algo não se encaixava, e uma sensação de desconforto instalou-se bem no fundo de minha alma. Ao contrário do que esperava, essa sensação começou a crescer, a se avolumar. Entrei no que se pode chamar de dissonância cognitiva. Todo aquele imenso e intrincado castelo ideológico começou a tremer e, após um estalo – que, confesso, até hoje não sei qual foi –, desabou todo em cima de mim. No entanto, consegui esgueirar-me para fora dos escombros. Afastei-me de toda e qualquer questão político-ideológica por um bom tempo. Precisava curar as feridas deixadas por aquele desabamento mental e digerir, de alguma forma, a sensação de orfandade intelectual que se seguiu a todoesse processo. 

Foi esse sentimento, esse sentir-se órfão, que me levou a procurar alternativas que condissessem com os valores que realmente me eram mais caros. Por incrível que possa parecer, ter ingressado na Universidade de Brasília me ajudou bastante nesse sentido. Ter um ponto de partida não foi difícil: bastava buscar conhecer aqueles autores que eram demonizados pela esquerda. Foi assim que soube da existência do filósofo Olavo de Carvalho, e, a partir dele, comecei a ingressar em outro mundo. Posso dizer, sem receio de parecer exagerado, que o professor Olavo representou minha salvação intelectual. Todo um universo de alta intelectualidade, tanto filosófica e quanto política, se abriu para mim a partir daí. Encontrei outras pessoas na universidade que conheciam esses mesmos autores, e, tendo contato constante com elas, pude orientar melhor meu pensamento e estudar a fundo todas as questões que me incomodavam. 

Todavia, tenho ciência de que sou representante de uma minguada exceção. Eu tive a audácia de questionar os cânones ideológicos que me empurravam goela abaixo, e não sei se posso afirmar que tive algum mérito nisso. Decerto, eu tive ganas de pesquisar, de ler, de saber, de descortinar todas aquelas verdades que foram deliberadamente mantidas bem longe de mim em meus anos escolares. Foi preciso um grande esforço e um considerável trabalho de garimpagem, pois a escumalha marxista, não contente em gozar de inconteste hegemonia no ambiente educacional brasileiro, trabalha incessantemente para manter a verdade sobre os fatos escondida sob toneladas de escombros de propaganda. São poucos, entretanto, os que pesquisam e buscam, por conta própria, conhecer essa época. Contentam-se com os enlatados de sabor doce e efeitos perniciosos que lhes oferecem todos os dias, e acabam tornando-se idiotas úteis devidamente adestrados. 

Na academia brasileira, onde há décadas o establishment socialista fez sua morada, a Verdade – com vê maiúsculo, essência do saber – de nada vale: o que vale unicamente são as verdades advindas da ortodoxia gramsciana, aquelas “verdades”, com muitas aspas, que não passam de instrumentalização ideológica de discursos carentes de rigor científico equaisquer valores humanos. Na Universidade de Brasília, faz parte do nosso cotidiano encontrar um sem-número de cartazes doutrinários espalhados pelos murais e pelas paredes dos prédios: enquanto uns exaltam o mau exemplo daqueles que deram suas vidas para mutilar própria pátria, outros exigem, peremptória e instantemente, punição para aqueles que, ao contrário, deram suas vidas por seu povo, por sua gente, pelas gerações que já se foram e por aquelas que ainda viriam. Quando alguém ousa contestar essa campanha torpe, eivada de mentiras e de um asqueroso ranço bolchevique, tenta-se calar sua voz a todo custo. 

Particularmente, já fui inúmeras vezes criticado, ameaçado e censurado, tanto por estudantes profissionais quanto por professores, por contestar essa unanimidade estupidificante que impera na universidade. Se eu ganhasse um real cada vez que me chamassem de “fascista”, “reacionário”, “autoritário” e que tais, certamente não estaria falando a vocês nesta noite, mas aproveitando umas boas férias em algum paraíso caribenho, ou talvez conhecendo a Europa. No mais das vezes, essas agressões não passaram de verborragia primitiva de seres incapazes de articular argumentos, mas ela quase chegou às vias da agressão física – e dentro da Universidade de Brasília, uma instituição de ensino cujo respeito à pluralidade seu magnífico reitor atesta, com docilidade dominicana, ante qualquer evidência de intolerância. No entanto, recuso-me a recuar diante de meus detratores. Eles não são apenas meus inimigos: eles são inimigos da Pátria, da Verdade e da Justiça. E é por amor a elas que eu me mantenho firme. 

Por falar em verdade, gostaria de rememorar dois fatos ocorridos durante o governo militar. No ano de 1968, Miguel Arraes – fundador do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e avô do atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos – fundou o Movimento Popular de Libertação (MPL). O objetivo do MPL era criar uma única frente socialista no Brasil,unificando todas as organizações atuantes no País. De acordo com o Projeto Orvil, “o MPL estabeleceu ligações com o PCB, AP, ALN e com os padres dominicanos de São Paulo. Através das facilidades oferecidas para que as organizações subversivas enviassem seus militantes a Cuba, o movimento estabeleceu vínculos com várias delas, entre as quais o PCBR e o COLINA.” Diante do fortalecimento do combate à subversão, proporcionado pelo AI-5, o projeto de Arraes foi dificultado em grande medida. Residindo na Argélia desde 1965, Miguel Arraes, seguindo a cartilha leninista com devoção, começou a trabalhar na criação de uma frente de agitprop que, a um só tempo, manchasse a reputação do governo brasileiro no exterior (sobretudo através de denúncias de tortura e outras agressões aos direitos humanos) e arrebanhasse a simpatia e o apoio internacional para as organizações terroristas brasileiras. Assim sendo, “em outubro de 1969, tomou a iniciativa, juntamente com o ex-deputado Márcio Moreira Alves, o padre Almery Bezerra e Everardo Norões, de criar, em Paris, a Frente Brasileira de Informações (FBI)”, conforme relata o Projeto Orvil.
Prossegue o documento:
“A criação da FBI ocorrera sem grande publicidade. Havia a necessidade da realização de uma solenidade de impacto que ajudasse à promoção da entidade. No dia 15 de janeiro de 1970, ocorreu no grande Salão de Mutualité, em Paris, a Reunião de Solidariedade com o Povo Brasileiro, prestigiada por personalidades da esquerda mundial e transformada no marco do nascimento da FBI ou Front”.
Tendo ao fundo um grande mural com a fotografia do finado Carlos Marighela, George Casalis – professor da Faculdade de Teologia Protestante de Paris – presidiu a cerimônia, com a participação de uma mesa diretora composta pelo advogado Jean Jacques de Félice, Blanquart, Miguel Arraes, Jean Paul Sartre, Michel de Certau – padre jesuíta, redator da revista Notre Combat, professor do Centro Experimental Universitário de Vincennes –, Pierre Jalée – presidente do Comitê de Defesa da revista Tricontinental, e autor de diversas obras sobre a economia do Terceiro Mundo –, Jan Talpe – físico belga, ex-professor da USP, expulso do Brasil por envolvimento com a ALN –, Luigi Maccario – secretário-geral da Federação Italiana de Metalúrgicos – e M. Ghisenti. Essas presenças, por si só, davam aos espíritos menos desatentos, a nítida orientação ideológica da solenidade.
[...] 

Os organizadores do encontro propuseram, ao final da reunião, uma Campanha Contra a Repressão Política na América Latina – típica das organizações de frente comunistas –, visando a: apoiar as forças de libertação que lutam no Brasil e em toda a América Latina; fazer com que todos os franceses tomem conhecimento e comunguem com os interesses dos povos latino-americanos; e informar, suscitar reuniões públicas e estudar de maneira profunda as relações da Europa e da América Latina, descobrindo meios de ação e de pressão. A programação da campanha foi articulada em Paris, tendo como principais articuladores Miguel Arraes, Almino Afonso, Jean Paul Sartre e Waldech Rochet, secretário-geral do Partido Comunista Francês”.
Quando se trata do combate imposto aos subversivos durante o governo militar, o mais comum é que se refira a eles como um punhado de jovens idealistas, sonhadores e de bom coração, cujo único interesse era fazer do Brasil um lugar melhor. Também se refere a eles como amadores, que não contavam com nenhum recurso além de sua boa vontade e sua paixão pela liberdade. Nada poderia ser mais falso. Tratava-se, efetivamente, de uma rede internacional muito bem organizada, financiada por governos socialistas e treinada pelas mais eficientes e temíveis polícias secretas comunistas. 

O segundo fato que quero relembrar ocorreu durante o governo do general Médici: a sucessão de tentativas mal sucedidas de seqüestro de Curtis Cutter, cônsul norte-americano em Porto Alegre, em 1970. Após uma coleção de erros de operação – na terceira e última tentativa infrutífera de seqüestro, o cônsul saiu ferido com um tiro na omoplata –, a atenção das autoridades foi atraída para o grupo de terroristas da VPR que planejaram a ação. Por ocasião de sua prisão, apreendeu-se, dentre outras coisas, uma minuta de comunicado da VPR que seria divulgada à imprensa. Assim dizia o comunicado: 
“O cônsul norte-americano em Porto Alegre, Curtis Cutter, foi seqüestrado às tais horas do dia tal de março pelo Comando “Carlos Marighella” da Vanguarda Popular Revolucionária. Esse indivíduo, ao ser interrogado, confessou suas ligações com a CIA, Agência Central de Inteligência, órgão de espionagem internacional dos Estados Unidos e revelou vários dados sobre a atuação da CIA no território nacional e sobre as relações dessa agência com os órgãos de repressão da ditadura militar. Ficamos sabendo, entre outras coisas, que a CIA trabalha em estreita ligação com o CENIMAR, fornecendo inclusive orientação a esse último órgão, sobre os métodos de tortura mais eficazes a serem aplicados nos prisioneiros. A CIA e o CENIMAR sofrem a concorrência do SNI, sendo que essa rivalidade é tão acentuada que em certa data um agente da CIA foi assassinado na Guanabara por elementos do SNI. Esse informe foi cuidadosamente abafado pela ditadura, mas o depoimento do Agente Cutter, nosso atual prisioneiro, permitiu que o trouxéssemos a público”.
Como é possível que, em jamais tendo conseguido abduzir o cônsul, os subversivos soubessem dessas informações tão “sensíveis” sobre o funcionamento interno do aparato de segurança do Estado? Essa é uma evidência incontestável do recorrente uso da mentira como método de ação sistemático por parte dos subversivos brasileiros, que, tanto dentro quanto fora do País, espalhavam suas invencionices visando ao constrangimento público do governo brasileiro e a angariar apoio para o movimento revolucionário marxista. Mesmo diante dessa evidência, mentiras como essas não são apenas tidas como fatos verídicos e ensinadas nos meios educacionais, mas servem de base hoje para a instauração de verdadeiros tribunais de exceção, como a infame Comissão da Verdade, e para processos judiciais que ferem todos os ditames da justiça.

O estado de guerra cultural em que vivemos é cruento. A cada instante, nos mais variados momentos, vemos o esforço meticuloso, deliberado, com que a esquerda se utiliza da universidade para promover a sua engenharia social. A partir do momento em que a Verdade foi reduzida a uma questão de ponto de vista, à escolha e à defesa de discursos (como preconizou, sobretudo, o venerado Michel Foucault), tudo se tornou permitido – exceto, claro, qualquer coisa que lembrasse vagamente tradição, ordem e todo esse “arcaísmo conservador”. Assumir uma clara postura em defesa da vida – por exemplo, ao atacar os esforços que testemunhamos para legalizar o aborto e as drogas – pode resultar em ostracismo e perseguição sistemática. Para a maioria dos estudantes universitários que se defrontam com um ambiente tão hostil, a atitude normal é calar-se e, aos trancos e barrancos, levar a termo a graduação o mais rápido possível. Isso não acontece sempre de maneira tranqüila: muitos acabam sendo cooptados pelas ideologias da moda e, como eu, transformam-se em idiotas úteis, verdadeiras buchas-de-canhão. 

Os esforços envidados pelos derrotados de outrora para reescrever a nossa história e praticar, sem amarras, seu abjeto revanchismo, estão multiplicando-se num ritmo alarmante. Mais uma vez, recorro a Orwell: “Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado.” É por isso, senhoras e senhores, que o nosso encontro neste 31 de março é tão importante. Ele é importante no sentido de que nos lembremos sempre de que aqueles que controlam o presente estão mutilando o nosso passado, e que é através da deturpação da memória nacional que moldarão um futuro funesto para as gerações vindouras. Ele é importante para lembrarmos os valores que nos são caros, valores sobre os quais nossa sociedade e nossa civilização foram erguidas: honra, integridade, coragem, honestidade, decência e lealdade. 

O que devemos fazer para reverter essa situação? O general Leônidas Pires Gonçalves, em suas entrevistas, sempre nos lembra que “o soldado é o cidadão uniformizado para o exercício cívico da violência”. Repito: estamos em guerra, e, nessa guerra, todos somos soldados. No entanto, devemos ser soldados da Verdade. Façamos da coragem, da honestidade e da isenção as nossas armas. Não há receita pronta para vencermos os novos combates que ora travamos. Imprescindível é que não esmoreçamos, que mantenhamos a guarda erguida, que lutemos incansavelmente em nome de todos os valiosos alicerces da nossa nação, alicerces por cuja defesa tantos homens deram suas vidas. A violência que devemos exercer é a violência dos fatos contra os delírios; esmagar a serpente do logro, da injúria e da deturpação com as solas de nossas botas. Nossas trincheiras não devem ser as trincheiras convencionais, mas aquelas em que o inimigo age: as escolas, as universidades, os meios de comunicação, o mercado editorial... Hoje, urge que olhemos para o passado, nós, que estamos sob a guarida da Verdade, e arranquemos dele as forças para enfrentar nossos inimigos no presente. Só assim será possível garantir um futuro menos tenebroso para nossos filhos, netos e bisnetos.
Muito obrigado

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